O Conselho Deliberativo do Botafogo realizou uma reunião recente, focada na análise das contas e da gestão da Sociedade Anônima do Futebol (SAF), que está sob o comando de John Textor. O CEO Thairo Arruda, representante da administração do empresário americano no clube alvinegro, marcou presença e destacou a urgência de um aporte financeiro substancial para o próximo ano.
Durante o encontro, Thairo Arruda respondeu a questionamentos de conselheiros do clube social, que detém 10% da SAF, e detalhou aspectos cruciais, como o fluxo de caixa do Botafogo. Ao projetar o cenário financeiro para 2026, o gestor indicou que o clube possui recursos para cobrir despesas por apenas mais 30 dias. No entanto, ele assegurou que, com antecipações e outras fontes de receita, a gestão espera equilibrar as contas até o final de 2025.
Para a temporada vindoura, a estimativa é que o Botafogo necessitará de aproximadamente R$ 350 milhões em investimentos para manter um elenco competitivo e almejar posições de destaque no cenário nacional.
As Dívidas da SAF do Botafogo
Quando questionado sobre o panorama das dívidas acumuladas desde o início da gestão da SAF em 2022, Thairo Arruda forneceu um panorama detalhado. A soma total inclui R$ 300 milhões em impostos, R$ 330 milhões devidos a outros clubes e R$ 70 milhões em outros passivos. Reafirmando declarações de John Textor, o CEO enfatizou que a Eagle Football, acionista majoritária, possui um débito de cerca de R$ 800 milhões com a própria SAF.
De maneira geral, o representante de John Textor admitiu falhas na condução dos pagamentos pela SAF. Ele mencionou irregularidades na obtenção da Certidão Negativa de Débitos (CND), documento essencial para o funcionamento do clube social. Segundo ele, o Botafogo se encontra em um ciclo onde paga dívidas por dois meses, mas, após o vencimento de 90 dias, os débitos voltam a se acumular.
Em meio às suas explicações, Thairo Arruda também dirigiu críticas ao Conselho Deliberativo do Botafogo, alegando que muitos de seus membros solicitam documentos, mas não comparecem quando estes são apresentados. Informações recentes indicam que o apoio ao projeto de Textor no Botafogo Social já não é unânime.
Atualmente, a SAF possui uma dívida de aproximadamente R$ 2 milhões com o clube social. O modelo associativo do Botafogo é presidido por João Paulo Magalhães, tendo André Silva como vice-presidente.
Henrique Oliveira Santos