qui. jun 12th, 2025

Armando Mendonça, vice do Corinthians, expõe crise financeira e critica Augusto Melo

Armando Mendonça, primeiro vice-presidente do Corinthians, é uma figura influente na gestão de Osmar Stábile, que assumiu a presidência do clube após o Conselho Deliberativo aprovar o impeachment de Augusto Melo em 26 de maio.

Eleito em 2023, Mendonça é cofundador da Chapa 82, `Movimento Corinthians Grande`. Ele se distanciou de Augusto Melo em junho do ano passado, seguindo as denúncias iniciais de irregularidades no contrato com a Vai de Bet. Essas acusações levaram ao impeachment do ex-presidente e ao seu indiciamento pela Polícia Civil por supostos crimes como organização criminosa, associação criminosa e furto qualificado. Em declarações, ele comentou a respeito da atual administração do clube.

Mendonça comparou as gestões: “A postura do presidente Osmar Stábile é incomparável com a de Augusto Melo. O presidente Osmar trabalha de forma colaborativa, respeita muito seus diretores, colaboradores e o vice-presidente. Ele tem formado uma equipe de alto nível, ouve seus colegas, concede autonomia e, simultaneamente, exige resultados.”

Ele expressou gratidão pela confiança recebida: “Sinto-me honrado pela confiança que o presidente Osmar depositou em mim. Faço questão de dedicar-me intensamente a esta gestão provisória, seguindo as diretrizes do meu presidente”, afirmou o vice-presidente.

Armando Mendonça figura entre os principais opositores de Augusto Melo, que busca reaver a presidência. Aliados de Melo questionam a validade do processo de impeachment, mencionando o afastamento de Romeu Tuma Jr. da presidência do Conselho Deliberativo pela Comissão de Ética em 9 de abril. O atual vice-presidente do Corinthians acusa Melo de gerar instabilidade e advoga por seu afastamento definitivo para que o clube possa voltar à normalidade.

Ele reiterou a necessidade da saída de Melo: “É preciso o afastamento definitivo de Augusto, que perdeu totalmente a legitimidade e a credibilidade para gerir o clube. Que ele pare de usar a estrutura do clube para defesa pessoal e não associe mais sua imagem à do Corinthians.”

Momento Financeiro

Durante a posse de Osmar Stábile, em 27 de maio, ele e Armando Mendonça informaram que o Corinthians possuía três parcelas atrasadas do Profut (Programa de Modernização da Gestão e de Responsabilidade Fiscal do Futebol Brasileiro), um programa federal essencial para a organização das dívidas. Mendonça revelou que foi preciso uma “engenharia financeira” para saldar pelo menos uma parcela e impedir a exclusão do clube do Profut.

Adicionalmente, parcelas pendentes do Perse (Programa Emergencial de Retomada do Setor de Eventos) foram quitadas, somando R$ 7 milhões. A dívida total do clube é estimada em R$ 2,5 bilhões.

Ele enfatizou a transparência sobre a situação financeira: “Por compromisso com a transparência, preciso esclarecer que a dívida inteira do Profut não foi quitada. Em 27 de maio, constatamos que Augusto não havia pago três parcelas que já estavam em atraso, caminhando para a quarta parcela. Realizamos uma manobra financeira para pagar, no mínimo, uma parcela e evitar a exclusão do programa. Além do Profut, também pagamos uma parcela do Perse, igualmente prevenindo nossa exclusão.

O departamento financeiro está analisando, em caráter emergencial, as ações necessárias para proporcionar fôlego ao clube neste momento. Nossa principal prioridade é assegurar o pagamento dos colaboradores em dia. O desafio é considerável, mas não mediremos esforços para que isso seja cumprido”, declarou Mendonça.

Futuro e Presidência

A assembleia-geral de sócios decidirá sobre a ratificação do impeachment de Augusto Melo. Romeu Tuma Jr., presidente do Conselho Deliberativo, agendou a votação para 9 de agosto. Se aprovado o impeachment, uma eleição indireta ocorrerá no Conselho para escolher um novo presidente.

Ao ser perguntado sobre uma possível candidatura, Armando Mendonça enfatizou seu foco na situação atual. Ele afirmou: “Meu foco está 100% em auxiliar esta gestão provisória a corrigir a desordem deixada pelo ex-presidente. Não é o momento para discussões políticas ou candidaturas. Temos muito trabalho a fazer nestes 60 dias. Agora, o Corinthians necessita da união de todos. Deixemos a política para depois”, concluiu.

By João Paulo Mendonça

João Paulo Mendonça é um jornalista esportivo experiente do Rio de Janeiro com 15 anos de experiência cobrindo futebol brasileiro. Seus artigos sobre os bastidores dos clubes e entrevistas exclusivas com estrelas em ascensão são publicados regularmente nas principais publicações esportivas do país.

Related Post