Arsenal enfrenta críticas por patrocínio com Ruanda em meio a conflito na África

O Arsenal está no centro de uma polêmica devido ao seu patrocínio milionário com Ruanda. O clube inglês exibe a frase “Visite Ruanda” em seu uniforme, em um acordo que rende mais de R$ 70 milhões por ano. No entanto, o governo ruandês é acusado de matar milhares de pessoas na vizinha República Democrática do Congo nas últimas semanas.

A parceria entre o Arsenal e a agência de turismo “Visit Rwanda” existe desde 2018. O logotipo aparece na manga da camisa do time principal. O contrato foi renovado em 2021 e vai até o final desta temporada. Desde o início da parceria, o turismo em Ruanda aumentou 8%.

Porém, Ruanda ainda enfrenta altos índices de pobreza e desnutrição, dependendo de ajuda internacional para cerca de 20% de seu orçamento. Isso levanta questões sobre as prioridades do governo ao investir milhões em patrocínio esportivo.

O Bayern de Munique e o Paris Saint-Germain também têm acordos com a “Visit Rwanda”, embora menos proeminentes que o do Arsenal.

Governo do Congo critica Arsenal e outros clubes

A ministra das Relações Exteriores da República Democrática do Congo, Thérèse Kayikwamba Wagner, acusou o Arsenal de financiar indiretamente grupos rebeldes em Ruanda. Em carta divulgada pelo jornal The Telegraph, ela exigiu o fim das parcerias dos clubes europeus com a “Visit Rwanda”.

“Milhares de pessoas estão cercadas em Goma, com acesso limitado a água, comida e segurança. Muitas vidas foram perdidas. Estupros, assassinatos e roubos continuam. O patrocínio de vocês é diretamente responsável por esse sofrimento”, declarou a ministra.

A situação coloca o Arsenal e outros clubes em uma posição delicada, tendo que equilibrar interesses comerciais com questões éticas e humanitárias complexas na África.