O Bahia conquistou uma vitória importante de 1 a 0 sobre o Palmeiras na Arena Fonte Nova, em um confronto pela 25ª rodada do Brasileirão, com um belo gol de Ademir. Além do resultado, o estado do gramado do estádio foi um dos temas mais debatidos, gerando protestos principalmente do lado alviverde. Rogério Ceni, técnico do Bahia, contudo, minimizou as reclamações e argumentou que a condição do campo prejudicou mais o seu próprio time.
Em coletiva de imprensa após a partida, o treinador explicou que as características do campo irregular dificultam o estilo de jogo do Bahia, que privilegia a posse de bola e a construção de jogadas.
“A cor do gramado estava muito feia”, comentou Ceni. “Para o Palmeiras, um gramado em piores condições é quase uma vantagem, pois eles priorizam jogadas mais diretas, quase. Já para nós, é mais prejudicial porque construímos desde a defesa, do chão. Também gostaríamos que o gramado estivesse em melhores condições, mas acredito que nos atrapalhou mais. E sobre lesões, com todo o respeito, para quem joga em campo sintético reclamar de lesões em gramado natural, aí fica feio. E encerro por aqui. Devemos valorizar nossa vitória e não usar a condição do campo, que oferecia minimamente condições de jogo, como desculpa para a derrota do adversário. Não é o ideal? Concordo. Mas culpar o gramado por lesões musculares é demais.”
A assessoria da Arena Fonte Nova, em contato com a imprensa, confirmou uma alteração na coloração do gramado, mas garantiu que os “indicadores técnicos de tração, compactação, resistência e umidade” permaneceram inalterados.

Bahia Volta a Sonhar Alto
Após uma sequência de quatro jogos sem vitórias no Brasileirão (com três derrotas e um empate), não havia maneira melhor de se reerguer do que superando uma das equipes mais fortes da competição, em casa e com o apoio de mais de 45 mil torcedores. O triunfo deste domingo reacendeu as ambições de Rogério Ceni para o Bahia.
“Podemos sonhar e viver esse sonho”, declarou Ceni. “Temos que buscar ser campeões, assim como fomos no Campeonato Baiano e na Copa do Nordeste. Queremos também tentar o Campeonato Brasileiro. No entanto, a pontuação atual nos coloca distantes, e temos lidado com desfalques importantes. É essencial sempre lutar pelo primeiro lugar. As pessoas podem me criticar por falar em G-6, mas digo isso com orgulho, pois entendo que a disputa vai do sexto ao primeiro. Os três primeiros times abriram uma boa vantagem em pontos, e estamos com muitos jogadores lesionados. Somos realistas, e brigar por uma vaga no G-6 é motivo de orgulho para nós.”
Ele acrescentou: “Acredito que trabalho dentro das possibilidades de tempo e treinamento, sempre buscando fortalecer o aspecto mental. Jogamos tão bem hoje quanto contra o Cruzeiro. Tivemos atuações ruins contra Fluminense e Mirassol. Hoje, rendemos bem e vencemos, então é natural que as análises se baseiem no resultado. A equipe competiu muito; para vencer o Palmeiras, é preciso ser assim. Eles buscam o jogo físico e a força aérea. Nós competimos no campo. E com a bola no chão, também jogamos mais que o Palmeiras.”
Sem muito tempo para festejar, o Bahia já foca na preparação para o próximo desafio: enfrentar o Botafogo, às 21h30 desta quarta-feira (horário de Brasília), no Nilton Santos, pela 26ª rodada do Brasileirão.
“Se competirmos dessa forma, com desejo de vencer e com energia… o Botafogo também se caracteriza pela força física. Vamos analisar com calma; é um duelo direto, com as equipes com a mesma pontuação (40 a 40). Independentemente disso, é um confronto que vale posição, e esperamos que o triunfo de hoje sirva de impulso para enfrentar o Botafogo”, concluiu o técnico.
