O Chelsea comemora um grande aniversário amanhã – mas às vezes parece que não é apenas o clube que está completando 120 anos.
Apesar de ter o elenco mais jovem da Premier League de longe, o time batalhou e lutou para conseguir a vitória contra uma equipe que agora acumula seis derrotas seguidas e despenca rapidamente rumo à zona de rebaixamento.
Os três pontos colocam o time de volta ao G4 e garantem a participação na Liga dos Campeões na próxima temporada, caso se mantenham nessa posição.
Mas uma vitória suada sobre um dos piores times da divisão, com um gol do lateral-esquerdo, não é exatamente o tipo de resultado que anima a torcida para as comemorações do aniversário do clube.
E para piorar o clima de festa, a fase frustrante do craque Cole Palmer na frente do gol atingiu um novo patamar, com a perda do seu primeiro pênalti na Premier League.
O queridinho de Stamford Bridge também foi substituído faltando 17 minutos para o fim da partida e foi direto para o vestiário, aparentemente irritado por ter sido sacado.
Talvez seja bom para ele sentir um pouco de “mão firme” do técnico Enzo Maresca, enquanto ele se esforça para se tornar uma força constante e não apenas um superastro ocasional.
O novo técnico da seleção da Inglaterra, Thomas Tuchel, divulga sua primeira convocação nesta sexta-feira e Palmer deve estar incluído.
Mas as performances recentes sugerem que ele ainda tem um longo caminho a percorrer para se tornar o craque que os torcedores do Chelsea e da Inglaterra tanto desejam que ele seja.
Esta foi a terceira vitória seguida de Maresca, mas ele sabe que seu time está longe de ser uma equipe pronta.
Com jogos mais difíceis pela frente contra Arsenal, Tottenham e até Brentford nas próximas semanas, ele precisa de todos em sintonia para a reta final da temporada.
O quinto lugar pode ser suficiente para garantir o retorno à Liga dos Campeões, mas o técnico do Chelsea não pode contar com isso.
Principalmente quando a vitória poderia ter sido muito mais tranquila.
Palmer caiu na área após o que a arbitragem de vídeo considerou um ‘contato mínimo’ logo nos primeiros minutos de jogo, e o Chelsea teve um pênalti negado.
Aos 20 minutos, no entanto, o árbitro Tim Robinson marcou pênalti após Jadon Sancho ser derrubado por Viktor Kristiansen, sem muita reclamação do defensor dinamarquês.
Palmer costuma ser fatal da marca da cal. Ele havia convertido 15 de 15 pênaltis por clube e seleção antes desta partida.
Mas, pela primeira vez em sua curta, porém agitada, carreira na Premier League, sua precisão de 11 metros o abandonou.
Ele bateu um chute relativamente fraco no canto direito, o que deu tempo para o goleiro Mads Hermansen cair e espalmar a bola para escanteio.
Essa falha resume o momento de Palmer. Ele passou de artilheiro e ‘Palmer gelado’ para indeciso e frustrado.
Mas não é como se houvesse muitos outros neste time se destacando enquanto o atacante Nicolas Jackson se recupera de uma lesão muscular.
Das sete mudanças que o técnico Maresca fez em relação à apertada vitória sobre o Copenhagen na Liga Conferência na quinta-feira, uma delas foi colocar Pedro Neto de volta como centroavante ou ‘falso nove’ neste caso.
Não surpreendentemente, o Chelsea teve dificuldades para causar impacto, mesmo contra um time em rota de colisão direta com a segunda divisão na próxima temporada.
Uma cabeçada de Christopher Nkunku que foi para fora foi praticamente a única outra finalização que incomodou Hermandsen – e nem sequer o assustou muito.
Houve mais grunhidos e gemidos da torcida no intervalo do que se ouve quando um aposentado do Chelsea se levanta da cama pela manhã.
Por falar nisso, o clube desfilou os veteranos Dennis Wise, Jimmy Floyd Hasselbaink e Ron Harris antes do pontapé inicial como parte das festividades.
Com um pouco de esforço visual sob o sol da tarde, poderia facilmente ter sido qualquer um daqueles veteranos ainda jogando, tamanho o ritmo lento da partida.
As poucas investidas ao gol do Leicester ou se perderam ou foram rebatidas pela defesa sólida de Conor Coady e Luke Thomas em particular.
Não foi surpresa que o Chelsea finalmente teve que encontrar o caminho do gol de fora da área, quando Cucurella apareceu mais uma vez em sua nova função como lateral-esquerdo transformado em maestro do meio-campo.
Essa tática de inversão utilizada por Maresca já rendeu quatro gols na Premier League para o espanhol de cabelo grande desde meados de dezembro.
E justamente quando seu técnico precisava de outro favor, o “cabelos cacheados” entregou, recebendo um passe diagonal a cerca de 20 metros do gol e acertando um chute cruzado rasteiro.
Henrique Oliveira Santos