Os clubes de futebol do Brasil estão experimentando um aumento significativo nas receitas provenientes de patrocínio master. Estima-se que, nesta temporada, o faturamento combinado dos 20 times do Campeonato Brasileiro alcance a marca de R$ 1 bilhão, impulsionado principalmente por esses acordos.
Mantendo a tendência dos últimos anos, o setor financeiro e, em particular, as casas de apostas, destacam-se como os principais investidores em patrocínio no Brasileirão de 2024. Juntos, bancos e casas de apostas representam 35 das 132 marcas que estampam os uniformes das equipes da Série A.
Essa tendência de crescimento se confirma para 2025, com as casas de apostas consolidando sua posição de destaque. Atualmente, 18 dos 20 principais patrocínios da Série A são provenientes desse setor. Apenas Mirassol e Red Bull Bragantino, até o momento, não exibem marcas de “Bet” em seus espaços principais nos uniformes.
Bruno Brum, CMO da End to End, empresa especializada em soluções para o mercado esportivo, destaca a profissionalização do futebol brasileiro como um fator crucial para esse cenário. Segundo ele, a chegada de jogadores de renome e o aumento da visibilidade global do esporte tornam o produto mais atraente para grandes empresas, que naturalmente buscam investir nesse espetáculo.
A valorização da exposição da marca, a atração de craques para o futebol nacional e a modernização dos setores de marketing e comercial dos clubes são apontados como elementos fundamentais para a consolidação dessa tendência de patrocínios robustos, indicando que não se trata de um fenômeno passageiro.
Thiago Freitas, COO da Roc Nation Sports Brazil, empresa do ramo de entretenimento liderada por Jay-Z, compara o atual momento do mercado de patrocínios no futebol brasileiro à inauguração de um grande shopping center. Ele observa uma intensa disputa por espaço, mas ressalta a incerteza sobre quais marcas se manterão relevantes e presentes no longo prazo.
Um estudo recente do Ibope Repucom, o Mapa do Patrocínio, revela que o setor financeiro lidera os investimentos em patrocínio esportivo no Brasil, com 20 acordos. As casas de apostas ocupam a segunda posição, com 18 clubes patrocinados. Outros setores relevantes incluem o de alimentação, com 11 patrocínios, e o de imobiliárias e construção, com sete.