O balanço financeiro do Coritiba referente ao ano de 2024, divulgado na noite de terça-feira (29), aponta um prejuízo significativo de R$ 139,4 milhões. Este resultado marca o retorno do clube ao déficit, após registrar lucro por três anos consecutivos.
As demonstrações financeiras revelam um aumento substancial nas despesas do clube, que superou os 30%. Esse crescimento ocorreu mesmo em um ano de rebaixamento, com a equipe disputando a Série B. Os gastos totais saltaram de R$ 92,4 milhões em 2023 para R$ 122,3 milhões em 2024.
O investimento no futebol profissional é um dos pontos que chamam atenção, sendo considerado ineficiente. O Coritiba aplicou R$ 86,6 milhões no departamento em 2024. Apesar de possuir a segunda maior folha salarial da Série B na temporada (superada apenas pela do campeão Santos), a equipe ficou longe de brigar pelo acesso, terminando na 12ª posição, na sua pior campanha na história da competição. Para comparação, em 2023, na Série A, os gastos com futebol profissional foram de R$ 72,3 milhões.
As categorias de base também receberam mais investimento, com aplicação passando de R$ 7,1 milhões para R$ 11,8 milhões. No entanto, a área administrativa registrou um salto ainda mais expressivo nos gastos, quase triplicando de R$ 23,3 milhões para R$ 65,7 milhões.
Outro fator relevante no resultado negativo foi o desempenho das receitas operacionais e não operacionais. Enquanto em 2023 o clube obteve um lucro de R$ 62,8 milhões nestas linhas, em 2024 as despesas superaram as receitas, resultando em perdas de R$ 99,4 milhões. Como consequência, o fluxo de caixa livre do clube caiu de R$ 11,8 milhões ao fim de 2023 para R$ 3,6 milhões no encerramento de 2024.

Crescimento em receitas do Coritiba
Apesar do rebaixamento para a segunda divisão, a receita total do Coritiba surpreendentemente apresentou crescimento, passando de R$ 70,6 milhões em 2023 para R$ 91,7 milhões no ano passado. A principal fonte de queda na arrecadação foi nos direitos de transmissão, que diminuíram de R$ 33,5 milhões para R$ 9,7 milhões.
Em contrapartida, o clube registrou melhorias em outras fontes de receita importantes. As vendas de jogadores saltaram de R$ 3,1 milhões para R$ 18 milhões. Os patrocínios passaram de R$ 7,3 milhões para R$ 17,2 milhões. O quadro de sócios também contribuiu com um aumento, saindo de R$ 12,9 milhões para R$ 22 milhões.