O gol do Unión de Santa Fé, nos momentos finais da partida, selando a derrota do Cruzeiro por 1 a 0, na estreia da Copa Sul-Americana, na terça-feira (1º), na Argentina, mais uma vez pôs em evidência uma fragilidade da equipe nesta temporada: a defesa em jogadas aéreas. O time celeste tem penado com esse tipo de lance em diversos jogos, e essa questão já foi identificada pelo treinador Leonardo Jardim.
Por conta dessa deficiência – e não apenas por ela -, o Cruzeiro alcançou a marca de 12 partidas consecutivas sofrendo gols. Das 15 partidas disputadas em 2025, a defesa do Cruzeiro só não foi vazada no empate em 0 a 0 contra o Atlético-MG, em Orlando (EUA), pela FC Series, e na vitória por 1 a 0 sobre o Tombense, no Mineirão, pelo Campeonato Mineiro, jogos que aconteceram nos dias 18 e 19 de janeiro.
O técnico Leonardo Jardim já havia mencionado a dificuldade no jogo aéreo, antes mesmo do confronto em Santa Fé, pela Copa Sul-Americana:
– Nossa equipe possui jogadores com dificuldades no jogo aéreo. Atualmente, todas as equipes contam com jogadores altos e criam situações de perigo. Não é possível jogar com dez jogadores que não têm capacidade de força aérea. Você joga bem, mas o oponente marca dois gols de bola parada e tudo se perde – declarou em entrevista ao “Cruzeiro Cast”, podcast do clube.
Após a derrota para o Unión, o treinador reiterou o tema:
– Acabamos sendo punidos no final, por uma bola parada. Um problema que estamos tentando solucionar, que é o jogo aéreo – disse Leonardo Jardim.
Dos 15 gols sofridos pelo Cruzeiro nos 15 jogos da temporada, seis se originaram em jogadas aéreas dos adversários. No empate em 1 a 1 contra o São Paulo, pela FC Series, a bola foi alçada na área e Luciano surgiu livre para desviar, surpreendendo o goleiro Cássio. Na derrota para o Athletic, em Brasília, pelo Mineiro, o cruzamento veio da esquerda, Cássio não interceptou e a bola tocou no zagueiro Fabrício Bruno antes de entrar.
No empate em 1 a 1 contra o Betim, no Mineirão, pelo Estadual, novamente o cruzamento veio do lado esquerdo do ataque adversário, e Eurico cabeceou para o gol. No primeiro jogo sob o comando de Leonardo Jardim, a derrota do time misto para o Democrata-GV por 2 a 1, em Sete Lagoas, a bola foi alçada na área, em uma cobrança de falta pela esquerda, o goleiro Léo Aragão saiu mal, e Antônio Júnior cabeceou para o gol.
Os dois últimos gols sofridos pelo Cruzeiro foram de bola aérea
Os dois últimos gols de bola aérea aconteceram nas duas últimas partidas. Contra o Mirassol, após uma cobrança de falta na esquerda, a bola encontrou a cabeça de Lucas Ramon, que desviou de Cássio. E na derrota para o Unión, o lance começou em um escanteio pela esquerda, que a defesa não afastou, e a bola sobrou livre para Diego Díaz chutar no canto esquerdo de Cássio.
O lateral-direito William admite que a equipe ainda precisa evoluir em certos aspectos:
– A postura do Cruzeiro tem que melhorar. Estamos trabalhando bastante. Já mostramos uma evolução no jogo no Mineirão e aqui melhoramos muitas coisas, mas erramos em outras. É preciso cobrar agora, cobrar desde o início do ano. E melhorar para a próxima partida, que agora é a mais importante para nós – declarou o jogador, ainda no Estádio 15 de Abril, em Santa Fé.
No domingo (6), o Cruzeiro enfrenta o Internacional, no Beira-Rio, às 18h30, pela segunda rodada do Campeonato Brasileiro.