O Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJRJ) postergou o julgamento do recurso do Vasco SAF contra a determinação judicial de maio do ano anterior, que retirou a gestão do futebol da 777 Partners e a transferiu de volta para o Vasco associativo. A análise do caso estava agendada para esta quarta-feira (12) pela 20ª Câmara de Direito Privado, mas foi retirada da pauta no final da tarde de terça-feira. Uma nova data para o julgamento ainda não foi definida.
Com a prorrogação, o Vasco SAF continua sob a administração da diretoria do clube associativo, liderada pelo presidente Pedrinho.
O impasse na administração do clube teve início em maio do ano passado, quando a 4ª Vara Empresarial da Comarca da Capital concedeu uma decisão liminar favorável ao Vasco associativo, afastando a 777 Partners da direção do Vasco SAF.
Em fevereiro de 2022, a empresa havia adquirido 70% das ações do clube e, desde então, controlava o futebol, mas não cumpriu o cronograma de pagamentos acordado. Diante disso, a Justiça do Rio restituiu provisoriamente a gestão ao clube associativo.
Após ser adiado diversas vezes nos últimos meses, o julgamento do mérito estava previsto para ocorrer nesta quarta-feira pelo colegiado da 20ª Câmara de Direito Privado do TJRJ, mas foi novamente adiado. O processo está tramitando sob segredo de Justiça.
No final do mês passado, a juíza em exercício na 4ª Vara Empresarial da Capital, Caroline Rossy Brandão Fonseca, aceitou o pedido de recuperação judicial do Vasco — a primeira de uma SAF no Brasil. O pedido faz parte da estratégia de reestruturação financeira do clube.
Ao aprovar a decisão, a juíza Caroline Fonseca mencionou o ‘desempenho insatisfatório’ da 777 Partners durante o período em que administrou o Vasco SAF, o que, em sua avaliação, intensificou o “acúmulo de dívidas das últimas décadas”.
‘Esse fato é comprovado por meio de um relatório interno que demonstra que, em 1 ano e 9 meses de gestão à frente do Vasco SAF, a 777 Carioca LLC realizou 35 contratações de jogadores e pagou apenas 18% dos valores relativos a essas operações’, escreveu a juíza na decisão.
‘Além disso, mesmo após o aporte financeiro de R$ 310 milhões pela 777 Carioca LLC no Vasco SAF, verifica-se que, ao contrário do esperado, o Vasco SAF não honrou seus compromissos e, como consequência lógica, aumentou a dívida do CRVG [Clube de Regatas Vasco da Gama] em R$ 350 milhões’, acrescentou.