Edoardo Bove, jogador que sofreu uma parada cardíaca durante a partida entre Fiorentina e Inter, foi homenageado pela torcida da Roma no último fim de semana. O meio-campista, que veio da base do clube romano, precisou implantar um marca-passo. Devido à legislação esportiva italiana, ele foi proibido de jogar na Itália.
Sem poder atuar na Itália, Bove provavelmente seguirá carreira no exterior. Ele compareceu ao Estádio Olímpico para assistir ao jogo entre Roma e Fiorentina pelo Campeonato Italiano. Em demonstração de apoio, a torcida da Roma exibiu uma faixa em homenagem ao meio-campista.
— Força, Edo! Continue a sonhar
dizia a faixa exibida pela torcida da Roma, vista por Bove enquanto ele caminhava pelas imediações do estádio.
Bove tem contrato com a Fiorentina até o fim da temporada atual e sua renovação é improvável. Ainda não há informações sobre clubes interessados em contratá-lo. Ele não joga desde dezembro, pois seu contrato não foi rescindido, mas ele está impossibilitado de atuar. Andrea Stramaccioni, ex-técnico das categorias de base da Roma, comentou o caso.
— Isso me toca particularmente. Roma é a casa dele, e voltar àquele estádio que o fez pensar `consegui, realizei meu sonho de infância`, e voltar sem saber se poderá jogar futebol, é difícil. O abraço que ele recebe do Olímpico é um `não desista`. Quando essa luz se apaga aos 22 anos, ou você tem medo que ela se apague, seu mundo desaba. Estamos falando de sorte, mas as lágrimas de Bove são marcantes. Falamos de um garoto com uma família simples, do bairro. Os aplausos da torcida, o abraço dos companheiros… É um momento emocionante.
disse Stramaccioni.
Entenda o caso de Edoardo Bove
Em dezembro do ano passado, Bove desmaiou e sofreu uma parada cardíaca durante uma partida. Dias depois, precisou implantar um desfibrilador interno no coração. O jogador de 22 anos terá que deixar o futebol italiano, pois o uso do aparelho em jogos na Itália é proibido pela legislação.
Conhecido como CDI (Cardioversor Desfibrilador Implantável), o aparelho é o mesmo implantado no meio-campista Christian Eriksen, atualmente no Manchester United, após sofrer um mal súbito durante a Eurocopa de 2020. A Itália não permite que jogadores com CDI atuem em seu campeonato. Portanto, Bove precisaria seguir o caminho de Eriksen e procurar jogar em outro país.
João Paulo Mendonça