Ian Wright declarou que não aceitará o pedido de desculpas de Eni Aluko, que havia sugerido que o trabalho dele como comentarista poderia limitar as oportunidades para mulheres na transmissão esportiva.
Nesta semana, Aluko, ex-jogadora da seleção feminina da Inglaterra, fez comentários sobre o papel de Wright como comentarista no futebol feminino.
Aluko discutiu a importância de garantir que homens não atrapalhem comentaristas mulheres, observando que há “oportunidades limitadas” e que “homens precisam estar cientes disso”.
Posteriormente, ela pediu desculpas a Wright após a reação pública negativa, mas o ex-astro do Arsenal indicou que não pode aceitar.
Em um vídeo no Instagram, Wright expressou sua decepção: “Estou muito desapontado com o que a Eni disse. Ela sabe o quanto eu a ajudei e apoiei publicamente, e eu sei das conversas anteriores que ela teve comigo e com minha equipe. Eu vi o pedido de desculpas nas redes sociais, mas não posso aceitá-lo, embora eu queira seguir em frente com isso. Não preciso de mais comentários públicos direcionados a ninguém”.
Os dois já colaboraram como comentaristas para a ITV no passado, inclusive durante a Copa do Mundo de 2022 no Catar.
Wright, de 61 anos, reconheceu o papel negativo que os homens tiveram ao limitar o futebol feminino no passado e enfatizou que valoriza profundamente seu papel como comentarista.
Ele continuou, afirmando que o foco para o futebol feminino deve ser o esforço coletivo, não individualidades. Wright destacou o papel histórico dos homens em dificultar o esporte por 50 anos e os desafios sistêmicos contínuos que exigem um esforço amplo. Ele ressaltou seu compromisso em retribuir ao futebol, um esporte profundamente importante para ele, e notou a responsabilidade da Inglaterra, como berço do futebol moderno, em liderar o caminho no futebol feminino. Ele reiterou que os homens foram responsáveis pela proibição de 50 anos e agradeceu àqueles que publicamente demonstraram amor e apoio. “É algo que não tomo como garantido”.
Aluko, de 38 anos, ofereceu um pedido de desculpas especificamente por ter mencionado o nome de Wright, reconhecendo que foi inadequado dentro de sua discussão mais ampla sobre os desafios no futebol feminino.
Aluko declarou: “Na minha entrevista para o `Woman’s Hour` esta semana, eu estava tentando abordar a falta geral de oportunidades para mulheres em várias funções no futebol – seja como técnica, comentarista ou no espaço comercial – e a importância de criar mais espaço para que as mulheres prosperem dentro e fora de campo. No entanto, foi errado mencionar o nome de Ian naquela conversa, e por isso me desculpo sinceramente. Conheço e trabalhei com Ian por muitos anos e tenho apenas amor e respeito por ele”.
Por vários anos, Wright tem sido um forte apoiador e defensor do futebol feminino, demonstrando seu apoio de várias maneiras.
Ele notavelmente ajudou a zagueira Kayleigh McDonald, do Stoke City. Depois que ela rompeu o ligamento cruzado anterior e o clube inicialmente se recusou a cobrir os custos da cirurgia, forçando-a a criar uma página no GoFundMe, Wright interveio.
O Stoke voltou atrás em sua decisão, segundo relatos, em grande parte graças a Wright ter contratado um advogado esportivo para defender McDonald.
Além disso, quando o clube posteriormente parou de financiar a reabilitação dela no final do ano passado, Wright pessoalmente cobriu os custos.
De acordo com a jogadora, os custos mensais de sua reabilitação giram em torno de £1.700.
Henrique Oliveira Santos