Antes da coletiva de apresentação do atacante Vitor Roque, a presidente do Palmeiras, Leila Pereira, dirigiu-se aos jornalistas na Academia de Futebol para expressar sua indignação e repudiar veementemente o ato de racismo sofrido pelo jogador Luighi, do Sub-20, durante a partida contra o Cerro Porteño, válida pela Libertadores da categoria, na quinta-feira (6). A dirigente máxima do clube declarou que pedirá a exclusão do Cerro Porteño da competição e que persistirá até que os responsáveis sejam devidamente punidos.
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“Nós adotaremos medidas rigorosas para a punição dos criminosos, solicitando a exclusão do Cerro Porteño da competição em virtude da reincidência de atos racistas contra o Palmeiras. Avaliaremos se recorreremos à Conmebol e, caso não obtenhamos sucesso, buscaremos a Fifa. Iremos até a última instância”, assegurou a presidente do clube.
Leila enfatizou que não pode fazer justiça com as próprias mãos.
“Chegamos a um ponto em que o presidente de um clube se sente impotente. Não possuo poder de polícia, não tenho poder de punição. O que me resta é protestar, manifestar-me, solicitar que nossos advogados tomem as medidas legais cabíveis. É impossível fazer justiça por conta própria”, lamentou.
A presidente também informou que não pretende abandonar a competição. O Palmeiras manterá sua participação na Libertadores Sub-20.
“Outra demanda que me fazem é para que nossos atletas se retirem da competição. Discordo completamente. Isso seria punir a vítima. São jovens que acalentam o sonho de ascender no futebol. De forma alguma irei frustrar o sonho desses meninos. Quem deve ser punido é o criminoso. Resistiremos, nossos atletas seguirão competindo, jamais abandonaremos o campo. Lutaremos por punições severas”, concluiu.
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O caso de racismo
Durante o jogo no Paraguai, um torcedor adversário, carregando uma criança, imitou um macaco em direção ao atacante do Palmeiras, que se dirigia ao banco de reservas. Além do gesto racista, o jogador também foi alvo de cusparadas. Luighi alertou a arbitragem e, visivelmente abalado, precisou de apoio dos companheiros no banco de reservas.
Pronunciamento de Luighi
“Dói na alma. É a mesma dor que todos os negros sentiram ao longo da história, porque as coisas evoluem, mas nunca são 100% resolvidas. O episódio de hoje deixa marcas e precisa ser encarado como realmente é: crime. Até quando? É a pergunta que espero que não precise ser feita em algum momento. Por enquanto, seguimos lutando”, expressou Luighi em suas redes sociais.
