Enzo Maresca afirma que o Chelsea “está de volta” se conquistar a Conference League.
Os Blues — que levantaram um troféu pela última vez em fevereiro de 2022, no Mundial de Clubes — estão a um passo da final da competição europeia.
E eles podem se tornar o primeiro clube a vencer os quatro principais troféus europeus se chegarem até o fim.
Maresca declarou: “É o único troféu que o Chelsea não ganhou no passado e podemos ser o primeiro clube na Europa a vencer todas as competições europeias. Então é bom para o clube.”
“Ganhar a Conference League é um marco nesse sentido.”
“Você pode dizer que o Chelsea está de volta porque, primeiro de tudo, você ganha um troféu, e é mais uma forma de começar e construir uma mentalidade vencedora com este elenco.”
A Conference League é considerada um torneio de terceiro escalão, muito abaixo das altas ambições dos Blues.
O Chelsea — que já conquistou a Liga dos Campeões, Liga Europa e Supercopa da UEFA — está dando uma conotação positiva à competição para motivar os torcedores.
Maresca também busca aumentar a confiança do elenco mais jovem da Premier League — uma equipe que provavelmente incluirá jovens como Tyrique George, de 19 anos.
A vitória por 3 a 1 sobre o Liverpool no domingo deu um impulso ao Chelsea.
O atacante Cole Palmer, após marcar um gol, comemorou seu 23º aniversário na terça-feira.
Maresca disse: “Cole teve um bom jogo contra o Liverpool, marcou um gol e depois celebrou seu aniversário.”
“Tivemos um treino, não sei se ele fez algo diferente, mas ele está de bom humor.”
O Chelsea terá menos de 72 horas para se recuperar do jogo de volta da semifinal contra o Djurgardens, da Suécia, antes de um jogo importante contra o Newcastle — um de seus principais rivais por uma vaga na Liga dos Campeões na próxima temporada.
Maresca comentou: “Na semana passada chegamos aqui no Reino Unido às 4 ou 5 da manhã vindo da Suécia e depois, no domingo, tivemos o jogo.”
“Será o mesmo neste fim de semana, mas vamos tentar estar prontos para este jogo e para o jogo de domingo.”
O Chelsea tem uma vantagem confortável de 4 a 1 no primeiro jogo, mas Maresca não aliviará nas táticas.
Ele afirmou: “Tentamos em todos os jogos começar com o melhor XI.”
Apesar do objetivo de vencer a competição, Maresca sugeriu que é uma missão de “ganhar e deixar para trás” (win it and bin it).
O técnico já mira competições mais glamorosas no futuro.
Ele disse: “Espero que no futuro possamos estar em competições diferentes, mas, no momento, a realidade é a realidade.”
“Precisamos começar por aí. Estamos jogando na Conference League.”
“Se você joga na Conference, não pode ganhar a Liga dos Campeões — se você joga na Conference League, não pode ganhar a Liga Europa.”
“Se você joga na Conference, o único troféu que pode ganhar é este. Faremos o nosso melhor para chegar à final e depois vencê-la.”
“É um bom ponto de partida para começar a construir uma mentalidade vencedora e ganhar jogos e troféus.”
“Eu tento convencer os jogadores que, em primeiro lugar, dia após dia, você precisa construir a mentalidade de vencedor, tentar ganhar desde os playoffs e tentar ganhar esta competição.”
A vitória na Polônia em 28 de maio é puramente um exercício burocrático sem glamour, projetado para desencadear uma nova era de sucesso em Stamford Bridge em competições maiores e melhores.
Em 2019, a história foi semelhante quando Maurizio Sarri os levou ao título da Liga Europa contra o Arsenal no Azerbaijão.
O Chelsea já havia terminado em terceiro na Premier League e se classificado para a Liga dos Campeões da próxima temporada. A Liga Europa foi uma noite fora, mas irrelevante.
Maresca pinta uma visão otimista do futuro ao se aproximar do fim de sua primeira temporada no comando. Uma temporada cheia de altos e baixos que reflete a vida no Chelsea.
Mas é também uma admissão honesta de quão longe o clube caiu de sua outrora presença dominante como campeão serial.
Foram impressionantes 19 troféus nos 19 anos sob o ex-proprietário Roman Abramovich, e depois veio a turbulência.
Turbulência da venda emergencial de Abramovich devido à guerra Rússia-Ucrânia, a aquisição por um consórcio liderado por americanos, além de cinco técnicos em pouco mais de três anos.
E mais de um bilhão de libras (cerca de R$ 6,5 bilhões) gastos montando um elenco que terminou em sexto na temporada passada e em 12º no ano anterior.
Mesmo para um clube que uma vez tentou eletrocutar seus próprios torcedores com cercas perimetrais de alta voltagem, esta é uma reviravolta dramática.
Se Abramovich ainda estivesse no comando, é improvável que o Chelsea estivesse se rebaixando a ponto de enfrentar o 11º melhor time da Suécia na competição de terceiro escalão da Europa.
Maresca admite que o Chelsea merece estar onde está — uma plataforma de lançamento para o sucesso.
Como meio-campista, Maresca ganhou três troféus europeus: a antiga Copa da UEFA duas vezes e a Supercopa com o Sevilla.
Isso veio depois de conquistar o título italiano com a Juventus. Todas as conquistas são degraus.
Ele disse: “É importante porque te molda um pouco. Toda a experiência.”
“Provavelmente a melhor experiência em termos de mentalidade vencedora foi com a Juventus. É um clube onde você percebe que mesmo nos treinos você quer ganhar o jogo em campo reduzido.”
“Então é uma mentalidade de vencedor. É bom ganhar troféus porque você aprende a ganhar.”
“Mencionamos muitas vezes que o Chelsea é um grande clube com muitos troféus importantes no passado.”
“Mas precisamos aprender a ganhar com este elenco.”
O capitão Reece James é campeão da Liga dos Campeões. O vice-capitão Enzo Fernandez fez parte do elenco da Argentina campeã da Copa do Mundo em 2022.
Existem outros troféus espalhados por aí, mas, em geral, o vestiário do Chelsea não reflete o passado glorioso do clube.
Maresca está cauteloso com o Djurgardens, apesar da vantagem confortável de 4 a 1 de sua equipe no primeiro jogo.
O Chelsea venceu o Legia Varsóvia por 3 a 0 fora de casa na rodada anterior e sofreu uma derrota por 2 a 1 em casa no jogo de volta porque se sentiram muito confortáveis.
Maresca repreendeu seus jogadores por aquela atuação e não tolerará uma repetição. Ele disse: “Depois do primeiro jogo [contra o Djurgardens], eu disse que o segundo jogo contra o Varsóvia não foi bom o suficiente.”
“Portanto, essa experiência, esperamos, vai nos ajudar, aos jogadores e a nós, a vencer novamente e continuar a construir o embalo.”
Henrique Oliveira Santos