Em seu 38º aniversário, Lionel Messi provou que a genialidade não envelhece. No decisivo duelo contra o Palmeiras, que selou a vaga nas oitavas do Mundial de Clubes com um empate em 2 a 2, o craque argentino foi o maestro do Inter Miami.
Esse resultado, suficiente para classificar a equipe americana para as oitavas de final, foi outro momento da trajetória inesperada do time no torneio da Fifa. Numa chave vista como muito difícil — contra Porto, Al Ahly e o clube brasileiro — o Inter Miami superou as previsões e passou de fase. E o grande responsável por essa mudança de cenário é Messi. Com 37 gols e 21 assistências em 42 partidas na temporada, o argentino tem sido o principal motor, a mente pensante e, muitas vezes, o espírito da equipe de Miami.
No jogo contra o Palmeiras, Messi começou flutuando pelo campo, orquestrando o ataque com passes geniais e a rara capacidade de encontrar brechas. No fim do primeiro tempo, por pouco não fez um gol, em chute perigoso nos acréscimos. Curiosamente, antes disso, ele cometeu uma falta tática em Raphael Veiga e levou um inesperado cartão amarelo.

Mas talvez o momento mais simbólico da partida tenha sido longe dos holofotes. No intervalo, a caminho do vestiário, Messi trocou de camisa com Estêvão, o jovem de 18 anos conhecido como “Messinho” na base. Essa imagem, um abraço entre gerações, captura o espírito do futebol: a transmissão do legado, o respeito e a natural passagem de bastão.
Nas declarações pós-jogo, o técnico Mascherano comemorou o empate com o Palmeiras: “Meu time fez um grande jogo”.
A classificação para as oitavas começou a ser construída dias antes, com a genialidade de Messi. Foi ele quem decidiu a partida contra o Porto com um golaço de falta no segundo tempo, uma de suas marcas registradas. No empate por 0 a 0 contra o Al Ahly, ele já havia dado mostras de que continua capaz de mudar o curso de um jogo com um toque, uma jogada individual ou uma finalização.
Os números apenas reforçam o que foi visto em campo: contra o Al Ahly, teve 74% de precisão nos passes, deu dois passes cruciais e completou três dribles. Diante do Porto, a precisão foi de 77%, venceu seis duelos e marcou um gol antológico. Contra o Palmeiras, Messi atingiu 90% de acerto nos passes e completou cinco dribles com a leveza de quem não sente o peso da idade.
O destino, agora, reservou um reencontro repleto de significado. No próximo domingo (29), no Mercedes Benz Stadium, em Atlanta, o Inter Miami jogará contra o Paris Saint-Germain, o último clube de Messi antes de sua vinda para os Estados Unidos. Foram dois anos de uma relação marcada por altos e baixos, com títulos, mas também críticas pesadas e uma saída amarga. É a oportunidade de escrever um novo capítulo. Mais um, na extensa e vitoriosa trajetória de Lionel Messi.

