A investigação sobre a morte de Diego Maradona, ícone do futebol mundial, avança em direção à responsabilização de possíveis culpados. As autoridades argentinas têm conduzido investigações para esclarecer as causas e identificar os responsáveis pela morte do craque, ocorrida em novembro de 2020.
O julgamento, que está sendo realizado em San Isidro, ouviu o perito Ezequiel Ventosi. O médico foi designado para analisar amostras de saliva, urina e sangue do ex-jogador. Os exames toxicológicos não detectaram a presença de drogas de abuso (substâncias que atuam no sistema nervoso central sem finalidade medicinal) ou álcool. Foram identificados apenas medicamentos antidepressivos, anticonvulsivantes e antipsicóticos.
De acordo com Ezequiel, nenhum dos quatro tubos de ensaio apresentou resultado positivo para cocaína, maconha, MDMA, ecstasy ou anfetamina.
Além do depoimento de Ventosi, foi lido o depoimento de Alfredo Cahe, médico pessoal de Diego, falecido no ano passado. Em seu depoimento de 2021, Cahe relatou que acompanhou a recuperação do ex-jogador após uma neurocirurgia, mas que não tinha informações atualizadas sobre seu estado de saúde ao questionar Leopoldo Luque. A anatomopatologista Silvana de Piero, responsável pela análise dos órgãos de Maradona, detalhou a presença de sinais de cirrose hepática, insuficiência pulmonar e ausência de oxigênio no coração.
Luque é um dos réus da investigação e era o médico de Maradona durante o período em questão. Curiosamente, ele possui o mesmo nome e sobrenome de outro ídolo da seleção argentina, campeão mundial em 1978 ao lado de Mario Kempes e que jogou duas vezes pelo Santos.
Até o momento, sete profissionais da área da saúde são acusados de homicídio. O julgamento teve início em 11 de março e deve durar cerca de quatro meses, com penas que variam de oito a 25 anos para os considerados culpados pelo Terceiro Juizado Criminal de San Isidro.
João Paulo Mendonça