sex. abr 18th, 2025

O “meio-termo” que poderia salvar o VAR, já que a Copa da Inglaterra provou que o futebol pode funcionar bem sem ele

O “meio-termo” que poderia salvar o VAR, já que a Copa da Inglaterra provou que o futebol pode funcionar bem sem ele

A vida do futebol sem o VAR é suportável. Na verdade, com base nas evidências da Copa da Inglaterra até agora, é uma proposta razoável.

Um incidente em particular apoia essa visão. Ocorreu quando o goleiro do Birmingham, Bailey Peacock-Farrell, defendeu um chute de Joe Willock do Newcastle na linha do gol ou além dela.

Os torcedores do Birmingham pensaram que o goleiro tinha evitado o gol até que o bandeirinha sinalizou e o árbitro Matt Donohue apontou para o centro do campo. Willock havia empatado e sua equipe acabou vencendo por 3-2.

Sem a tecnologia da linha do gol, imagine o VAR tentando analisar essa jogada tão apertada. O árbitro teria que pedir uma revisão de uma decisão muito difícil, causando um longo atraso.

Prefiro a rapidez da reação do árbitro neste caso. A decisão do assistente foi rápida e quase certamente correta. Sem VAR, sem problemas.

Que pena que agora veremos o VAR sendo usado no resto da competição.

Costumava ser assim também na Premier League, mas na interminável disputa entre perfeccionistas e realistas, os que buscam a verdade absoluta venceram.

Até que chegue o dia (um pouco preocupante) em que um árbitro possa apertar um botão e receber instantaneamente um veredito da inteligência artificial, devemos ficar satisfeitos que a necessidade levou a FA por um tempo a confiar no apito e deixar o VAR de lado.

Os torcedores dos clubes da Premier League têm menos sorte e têm o VAR completo com interrupções constantes. A EFL o usa nas finais dos playoffs e promete usá-lo em outros jogos em breve.

É verdade que existem vários pontos positivos na tecnologia, como respostas rápidas e corretas sobre se a bola cruzou a linha do gol.

O maior sucesso do VAR, no entanto, é a velocidade e precisão dos vereditos de impedimento. Os bandeirinhas são bons juízes, mas inevitavelmente nem sempre conseguem decidir com base no comprimento de um pé ou cotovelo. Com o VAR isso é fácil e rápido.

Não é o caso com faltas ou cartões amarelos e vermelhos. Essas decisões às vezes demoram muito mais e frequentemente são duvidosas.

O VAR em si não faz correções, é um auxiliar para os árbitros fazerem as suas.

A metodologia é sólida, mas a perfeição não é mais fácil de encontrar do que o santo graal.

Ainda assim, como o VAR dá aos árbitros uma segunda olhada, logo se tornou a erva daninha japonesa do nosso jogo – uma vez presente, nada além de uma bomba vai detê-lo.

Vários métodos estão sendo testados para acelerar o processo e os tempos de espera foram reduzidos para uma média de 64 segundos.

No entanto, a solução é fácil de ver. Elimine o VAR total. Confie no árbitro.

O futebol teve sucesso por mais de um século antes do VAR.

Os árbitros naquela época poderiam ter protestado por serem responsabilizados pela derrota do United ou do City, mas a verdade é que eles ainda são.

Eles são o foco do jogo da culpa e, embora os bem-intencionados pensassem que o VAR corrigiria todos os erros e reduziria os gritos ofensivos e obscenos entre os torcedores, isso não aconteceu.

No geral, eu faria um meio-termo. A tecnologia funciona nas decisões de linha, mas é muito lenta e quase tão falha quanto para faltas marcadas por árbitros que levam apenas uma fração do tempo.

E é mais fácil perdoar uma decisão errada tomada por genuíno erro humano do que uma tomada por uma máquina.

By João Paulo Mendonça

João Paulo Mendonça é um jornalista esportivo experiente do Rio de Janeiro com 15 anos de experiência cobrindo futebol brasileiro. Seus artigos sobre os bastidores dos clubes e entrevistas exclusivas com estrelas em ascensão são publicados regularmente nas principais publicações esportivas do país.

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