ter. maio 13th, 2025

Renato Gaúcho evita críticas ao Fluminense: ‘Faltou malandragem’

Ao contrário de Thiago Silva, que criticou fortemente a atuação do Fluminense após a derrota para o Atlético-MG, Renato Gaúcho preferiu não tecer críticas duras ao time. Segundo o técnico, “faltou malandragem” à equipe para conseguir somar pontos na Arena MRV.

“Eu concordo com algumas coisas [ditas por Thiago Silva]. Faltou um pouquinho de malandragem para o nosso time. Até porque a gente saiu na frente, tomamos o gol de empate no nosso melhor momento na partida. Chegamos ao empate e depois, faltando uns dois minutos para terminar o jogo, nós tomamos o gol de bola parada. A gente treina bastante, a gente conversa, mas também não posso deixar de destacar principalmente que o primeiro tempo não foi bom, tanto para o Fluminense como para o Atlético”, analisou Renato Gaúcho. Ele completou:

“Quanto ao elenco, vou evitar comentar porque quando cheguei o elenco todo estava aí. Lógico que o clube sempre tenta contratar, às vezes vai acertar, às vezes vai errar, faz parte. O Lima, hoje, era um jogador que iria jogar, tanto é que não viajou para Bolívia porque ele ia jogar. Infelizmente, na sexta-feira ele sentiu uma lesão. O Ganso e o Renato, na grama sintética, seria perigoso colocá-los para jogar.”

Ao analisar a partida, o técnico do Fluminense também considerou que o Tricolor poderia ter saído da Arena MRV até mesmo com a vitória. Renato Gaúcho disse que o time produziu o suficiente para vencer.

“Foi um grande segundo tempo de ambas as partes, mas pelo que o Fluminense produziu, eu acho que nós merecíamos inclusive a vitória. Então, infelizmente nós tomamos os gols num momento ruim da partida, em que nós estávamos melhores. As partes [falhas], a gente treina, a gente procura evitar sempre. Também enfrentamos uma grande equipe, tem grandes jogadores, tem um grupo forte, tem dinheiro e hoje em dia no Campeonato Brasileiro, o clube que tem dinheiro faz a diferença assim”, opinou o técnico.

O Fluminense volta a entrar em campo nesta quarta-feira, pela Copa Sul-Americana, contra o Unión Española. A bola rola às 19h (horário de Brasília), no Maracanã.

Renato Gaúcho em jogo do Fluminense
Renato Gaúcho evitou criticar o time do Fluminense após derrota (Foto: Gilson Lobo/AGIF)

Confira mais respostas de Renato Gaúcho, técnico do Fluminense:

FALTA DE MALANDRAGEM?
“Quando eu falo a malandragem, eu falo que, na pior das hipóteses, o jogo estava 2×2, faltavam dois, três minutos para terminar o jogo, e no final do jogo a bola não pode nem chegar perto da nossa área. O Atlético teve dois, três escanteios seguidos. Foi no momento que ia queimar a última substituição para colocar um zagueiro porque eu sabia que no final do jogo o Atlético iria colocar a bola na área, mas infelizmente nesse tempo aí a gente tomou o terceiro gol. Então, a malandragem que eu falo é no vídeo, no dia a dia, eu passo para eles que no final do jogo a bola não pode chegar nem próxima da nossa área. Então, infelizmente, a bola chegou, tiveram dois, três escanteios, tivemos uma falha na marcação e, infelizmente, nós tomamos o terceiro gol.”

VAIAS DA TORCIDA DO ATLÉTICO
“No nosso melhor momento do jogo, e no pior momento do adversário, nós tomamos gols. Isso dá confiança para o adversário e, logo em seguida, eles conseguiram o segundo gol. E aí, lógico, aí o torcedor que estava contra, voltou a incentivar, a ficar a favor. E aí o Atlético cresceu, mesmo assim nós achamos o gol de empate. E aí, a torcida voltou a pegar no pé dos jogadores do Atlético, uma coisa normal no futebol. E aí, infelizmente, aquilo que eu falo, a bola não pode nem chegar próximo da nossa área no fim do jogo, mas no escanteio tomamos um gol de bola parada.”

FALHAS NOS GOLS
“As falhas são normais no futebol, a gente treina para que não aconteçam. O Atlético tomou um gol por falha, mas nós também falhamos. A gente treina, conversa, corrige para que a gente tenha um número menor de erros para que a gente não tome gols. Mas, infelizmente, nós falhamos, tomamos os gols. Mas, na pior das hipóteses, pelo que o Fluminense produziu hoje, acho que pelo menos um ponto estava bom para a gente, pelo segundo tempo. É aquilo que eu falei. O último gol de cabeça, faltando um ou dois minutos, a bola não pode nem chegar à nossa área. Chegou e toda bola que chega na área é perigo de gol. E infelizmente tomamos o terceiro.”

REFORÇOS
“Eu tenho conversado bastante com o presidente, trocado ideias com ele e com o Paulo. É lógico que a gente pensa em contratar, mas contratar só daqui um mês, quando abre a janela. Hoje em dia, é difícil encontrar jogadores, e no momento que você encontra o jogador, ele custa muito caro. O clube sente um pouquinho no bolso e fica um pouco difícil. Mas a gente está atento, está olhando, vendo os jogadores, trocando ideias. E ali na frente, se puder, se a diretoria puder me dar, qualquer jogador que possa chegar para nos ajudar, ele será bem-vindo.”

GRAMADO SINTÉTICO
“O clube é obrigado a cuidar do campo, porque lá estão as estrelas, que são os jogadores. Os clubes investem bastante nos jogadores caros para colocar eles num campo ruim. Aí para poupar, não ficar colocando novas gramas para cuidar do campo, aí colocam a grama sintética. Para quê? Para ganhar dinheiro com shows. Não tem nada a ver com isso. Só estou dando minha opinião como um ex-jogador. Só que as pessoas que fazem isso nunca jogaram futebol. Elas não sabem o quanto que elas estão prejudicando o clube delas. Porque daqui a pouco um clube grande vai contratar jogadores caríssimos e daqui a pouco um jogador desse vai torcer um joelho, vai torcer um tornozelo, um tendão. E quem perde com tudo isso? Então, quando as pessoas colocam a grama sintética e botam na balança, a pergunta que você tem que fazer para essas pessoas é: `por que colocam a grama sintética?`. `Ah nossa grama era muito ruim no passado e melhorou`. Não, não melhorou. Piorou. Se você for fazer uma pesquisa entre os jogadores, eu pelo menos tenho a minha [opinião]: eu prefiro jogar em um campo ruim do que num campo sintético. Campo sintético é ruim em todos os sentidos do jogo de futebol. Em todos. Mas eu não tenho o poder da caneta, não sou presidente dos clubes. Dou minha opinião. Já falei para os jogadores. Enquanto eles não começarem a gritar, no bom sentido de criticar a grama sintética, infelizmente nós vamos ter todo ano mais gramas sintéticas e muito mais lesões. Até alguém se dar conta de que: `olha, fizemos besteira. Ganhamos de um lado, mas o futebol que todo mundo cobra piorou. Piorou porque só quem jogou futebol e joga futebol sabe o quanto a grama sintética é ruim para o futebol.”

By João Paulo Mendonça

João Paulo Mendonça é um jornalista esportivo experiente do Rio de Janeiro com 15 anos de experiência cobrindo futebol brasileiro. Seus artigos sobre os bastidores dos clubes e entrevistas exclusivas com estrelas em ascensão são publicados regularmente nas principais publicações esportivas do país.

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