A temporada 2024/2025 do Real Madrid ficou marcada pela decepção para seus torcedores. Apesar de ter conquistado a Supercopa da Uefa no início contra a Atalanta, as expectativas eram altíssimas, especialmente com a chegada de Mbappé, formando um `quarteto fantástico` que prometia reviver os `Galáticos`. Contudo, o desempenho ficou aquém do esperado, e a equipe não conseguiu superar o rival Barcelona, que, sob a batuta do jovem Lamine Yamal, de 17 anos, sagrou-se campeão da La Liga nesta quinta-feira (15), após vencer o Espanyol.
O Real Madrid perdeu três títulos importantes para seu grande rival, o Barcelona, nesta temporada. Em janeiro, foi derrotado por 5 a 2 na final da Supercopa da Espanha. Em abril, o revés veio na final da Copa do Rei, por 3 a 2. E agora, a derrota na disputa pela La Liga selou a hegemonia do Barça, que alcançou 85 pontos contra os 78 do Real (com apenas seis pontos em disputa nas rodadas restantes, o Real só poderia chegar a 84). O técnico do Real Madrid também registrou um feito negativo inédito: quatro derrotas em quatro clássicos contra o Barcelona na mesma temporada, um aproveitamento de 0%.
Na Liga dos Campeões (Champions League), a campanha também terminou cedo. O Real Madrid foi eliminado nas quartas de final pelo Arsenal, sofrendo uma derrota vexatória de 3 a 0 em Londres e perdendo por 2 a 1 em casa. Detalhe: o clube ainda ostenta o título de atual campeão da Champions, posto que só será perdido no dia 31, após a final entre Inter de Milão e PSG.
O que levou ao fracasso do Real Madrid na temporada?
O insucesso do Real Madrid na temporada 2024/2025 pode ser explicado por vários motivos. Um dos principais seria a alegada falta de investimento em profundidade no elenco. Apesar da contratação `custo zero` de Kylian Mbappé vindo do PSG, o presidente Florentino Pérez não teria reforçado adequadamente as posições mais frágeis. A defesa, por exemplo, precisou ser constantemente `remendada` ao longo da campanha.
Na lateral direita, a lesão grave no ligamento do joelho de Carvajal deixou o setor desfalcado por um longo período. Seu substituto direto, Lucas Vázquez, originalmente atacante, foi improvisado na defesa para tentar suprir a carência, mas seu desempenho foi abaixo do esperado. Em jogos cruciais, especialmente contra o Barcelona, Vázquez esteve entre os jogadores mais criticados pelos torcedores.
No miolo da zaga, Militão teve o mesmo problema de Carvajal (uma lesão no LCA) e ficou de fora durante grande parte do ano. Alaba também sofreu com lesões e esteve indisponível. Com isso, a dupla de zaga mais frequente foi composta por Rüdiger (que também se machucou por um período) e Raúl Asencio, promovido do time B, que precisou assumir a responsabilidade em jogos importantes. O volante Tchouaméni chegou a ser improvisado na zaga quando Rüdiger estava lesionado.
A saída de Toni Kroos e a ausência de uma reposição adequada no mercado também foram fatores que pesaram. Luka Modrić, aos 39 anos, não conseguiu manter o mesmo ritmo no meio-campo e acabou perdendo espaço. Assim, o setor foi frequentemente formado por Valverde, Camavinga e Bellingham. Essa formação, embora fisicamente forte, carecia da capacidade criativa e da precisão nos passes de Kroos para acionar Vinícius Jr. e Mbappé em velocidade.
O impacto de Kylian Mbappé
No setor ofensivo, a chegada de Kylian Mbappé, apesar dos 39 gols marcados (incluindo um hat-trick contra o Barcelona na penúltima rodada, que ainda assim não evitou a derrota), parece ter sido o menor dos problemas individuais, mas um desafio tático. O time de Ancelotti não conseguiu replicar o equilíbrio da temporada 2023/2024, quando Bellingham atuava mais recuado. Na temporada anterior, a equipe tinha dois jogadores menos intensos na marcação (Vini Jr. e Rodrygo). Com Mbappé, esse número subiu para três, e Ancelotti aparentemente não encontrou a fórmula para encaixar o `quarteto fantástico` de maneira que o time mantivesse o equilíbrio defensivo e ofensivo.
João Paulo Mendonça